domingo, 29 de abril de 2012

Carta à Igreja em Pérgamo


A igreja em Pérgamo se encontrou numa situação difícil. Por todos os lados, os vizinhos praticavam idolatria e deram honra aos governantes romanos. Os cristãos não abandonaram a verdade do Senhor, o único verdadeiro Soberano. Mas, tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo na igreja, poluindo a congregação com doutrinas falsas que incentivavam os irmãos a praticaram idolatria e imoralidade. Jesus chama a igreja ao arrependimento para evitar o castigo divino.

Ao Anjo da Igreja em Pérgamo (Apocalipse 2:12-17)
A igreja em Pérgamo (12): O único livro do Novo Testamento que cita a cidade ou a igreja em Pérgamo é o Apocalipse. Com a ajuda dos romanos, Pérgamo ganhou independência dos selêucidas em 190 a.C., e passou a fazer parte do império romano a partir de 133 a.C. Durante mais de 200 anos, foi a capital da província romana da Ásia. Teve a maior biblioteca fora de Alexandria, Egito. Foi o povo de Pérgamo que começou a usar peles de animais para fazer pergaminho, substituindo o papiro.

Aquele que tem a espada afiada de dois gumes (12): A espada representa autoridade e o poder para julgar e castigar. É Jesus, e não o governo romano, que segura esta espada (1:16).

Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás (13): Os cristãos em Pérgamo eram vizinhos do diabo! Jesus, sempre vigiando para ajudar o seu povo, sabia muito bem da circunstância difícil naquela cidade. Desde 29 a.C., foi o local de um templo dedicado a Roma e Augusto (idolatria oficial do governo romano). Mais tarde, foram erigidos outros templos para a honra dos imperadores Trajano e Severo. Além desses templos para o culto imperial, o povo de Pérgamo adorava outros “deuses”, tais como Zeus, Atena, Dionisio e Asclepio. Encontramos em Pérgamo uma mistura dos poderes do mal – religiões falsas e o poder oficial do governo romano. Enquanto seus vizinhos sacrificavam aos demônios (veja 1 Coríntios 10:19-20), os discípulos de Cristo reconheciam o único Deus como Senhor.

E que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas (13): Jesus elogia a perseverança dos cristãos de Pérgamo, que foram fiéis à fé de Jesus, mesmo sob perseguição intensa. A minha fé (a fé de Jesus) é a palavra de Cristo revelada aos homens (veja Judas 3). Antipas é mencionado somente aqui. Evidentemente foi um mártir, provavelmente da própria congregação em Pérgamo. Foi morto entre eles, na cidade onde Satanás habitava. Antipas se mostrou fiel até a morte (veja 2:10). Testemunha vem da palavra grega martus. É a mesma palavra usada para descrever Jesus em 1:5. Com tempo, passou a ser usada para identificar pessoas que morreram por seu testemunho de fé, e assim usamos a palavra mártir.

Tenho, todavia, contra ti algumas coisas (14): Apesar da perseverança dos cristãos em Pérgamo, haviam problemas graves ameaçando o bem-estar da congregação. Eles se mostraram tolerantes em relação a falsas doutrinas, especificamente dois erros citados nesta carta.

A doutrina de Balaão (14): A descrição da doutrina de Balaão refere-se à história do Velho Testamento (Números 22-25; 31:16). No final dos 40 anos de peregrinação, os israelitas chegaram perto da terra prometida. Acamparam-se nas campinas de Moabe, e os moabitas e midianitas ficaram amedrontados. Balaque chamou Balaão para amaldiçoar o povo, mas Deus frustrou todas as suas tentativas de falar contra os israelitas. Balaão desistiu de suas maldições, mas procurou outra maneira de vencer o povo de Israel. Deu o conselho de convidá-los a participarem de uma festa idólatra. Nesta festa, muitos israelitas se envolveram na idolatria e na imoralidade, e Deus mandou uma praga que matou 24.000 israelitas.

A doutrina de Balaão foi a doutrina que Balaão ensinava, não apenas a doutrina sobre a pessoa de Balaão. Semelhantemente, a doutrina de Cristo não é apenas o ensinamento sobre a pessoa de Cristo. A doutrina de Cristo inclui o que Jesus ensinava. Considere a importância deste fato em relação a textos como Tito 2:10; Hebreus 6:1e 2 João 9. Se alguém for além do ensinamento dado por Jesus, não tem Deus.

Na igreja em Pérgamo, algumas pessoas agiam como Balaão. Incentivavam o povo a tolerar outras religiões, até participando da idolatria e da prostituição. A sua doutrina foi basicamente igual às idéias atuais de pluralismo (aceitação de diversas religiões como igualmente boas) e sincretismo (juntando duas ou mais religiões).
A doutrina dos nicolaítas (15): A Bíblia não identifica esta doutrina. Mas, diz que Jesus odiava as obras dos nicolaítas e elogia os efésios por rejeitar esses ensinamentos (2:6). Infelizmente, a igreja em Pérgamo tolerava esses falsos mestres.

Deus condena a tolerância de falsas doutrinas. Às vezes, os homens valorizamtanto a unidade entre pessoas (dentro de uma congregação ou até entre congregações diferentes) que desvalorizam a doutrina pura de Jesus. Toleram falsos ensinamentos e até práticas proibidas, como a imoralidade e a idolatria, mas insistem na importância de manter uma “igreja unida”. Se persistir nesseerro, o próprio Jesus trará o castigo. A unidade entre discípulos é importante, mas a pureza da palavra é mais importante do que a paz entre homens (Tiago 3:17). Uma igreja que serve a Jesus necessariamente rejeitará falsos mestres e suas doutrinas erradas.

Portanto, arrepende-te; e, se não, ... contra eles pelejarei (16): O arrependimento exigido é da igreja, pois ela tolerava esses falsos mestres. Os professores das doutrinas de Balaão e dos nicolaítas precisariam se arrepender, também, ou serem rejeitados (veja Romanos 16:17-18; Tito 3:10-11). Uma igreja que tolera falsos professores se torna cúmplice do pecado. Se ela não se arrepender, Jesus usará a espada de dois gumes (2:12; 1:16) para trazer seu castigo sobre ela.

Quem tem ouvidos, ouça (17): Como em todas as sete cartas, Jesus chama os ouvintes a darem a atenção devida a sua palavra.

Ao vencedor (17): Todas as cartas, também, incluem a promessa sobre a vitória. Aqueles que persistem até o final receberão a recompensa. Nesta carta, a bênção para o vencedor é descrita em duas partes:
● O maná escondido: Aqueles que recusaram qualquer participação na mesa dos demônios seriam sustentados pelo maná de Deus. Jesus é o maná dado pelo Pai (veja João 6:31-65). Ele sustenta os fiéis e lhes dá vida. A mensagem de Jesus continua oculta para os sábios deste mundo (veja 1 Coríntios 2:6-10).
● Uma pedrinha branca com um nome novo escrito: Um nome novo, freqüentemente, sugeria uma nova direção na vida, especialmente de uma pessoa abençoada por Deus (exemplos: Abrão > Abraão; Sarai > Sara; Jacó > Israel). Em Isaías 62:2-4, Desamparada e Desolada recebem nomes novos: Minha-Delícia e Desposada, mostrando a bênção de estar com Deus. Veja, também, 3:12. A pedrinha branca pode incluir vários significados, conforme os costumes da época. Pedras brancas foram usadas para indicar a inocência de pessoas acusadas de crimes; Jesus inocenta os seus seguidores fiéis. Pedras brancas foram dadas a escravos libertados para mostrar sua cidadania; os fiéis não são mais escravos do pecado, pois se tornaram cidadãos da pátria celestial (Filipenses 3:20). Foram usadas pelos romanos como um tipo de ingresso para alguns eventos; Jesus permite os fiéis entrarem na presença dele para o seu banquete (veja 19:6-9). Também foram dadas aos vencedores de corridas e aos vitoriosos em batalha. Os fiéis são vencedores que receberão o prêmio (2 Timóteo 4:7-8).

Conclusão
Devemos imitar a perseverança dos discípulos em Pérgamo, mantendo firme a nossa fé, mesmo se encararmos ameaças e perseguições. Ao mesmo tempo, não devemos negligenciar outras responsabilidades diante de Deus. Servimos um Deus puro, e devemos manter e defender a doutrina pura que ele revelou. Qualquer doutrina que incentiva a idolatria ou a imoralidade vem do diabo. Procuremos o maná que vem de Deus para nos sustentar para sempre.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Carta a Igreja de Esmirna

INTRODUÇÃO
Um dos principais desafios da igreja, em meio à secularização, é confessar Cristo como Senhor. Por causa disso, algumas vezes, um preço alto precisa ser pago, o de enfrentar duras perseguições. Na lição de hoje estudaremos a carta que Cristo endereçou à Igreja de Esmirna, veremos que, tal como aquela, devemos, nos dias atuais, ser fiéis à Palavra de Deus, ainda que sejamos perseguidos.
 
1. A IGREJA EM ESMIRNA
Esmirna significa myrh, fragrância usada para se fabricar perfume, sua casca exalava uma suave fragrância, como essa igreja, que tinha o cheiro de Cristo (II Co. 1.15-17). Esmirna ficava a aproximadamente cinquenta e cinco quilômetros ao norte de Éfeso e era um ponto marítimo próspero. Ela disputava com Éfeso o status de ser a principal cidade da Ásia. Esmirna esteve ao lado de Roma antes mesmo desta se tornar um império mundial. Nessa cidade o imperador era cultuado, e, devido ao seu prestígio político, obteve a honra de erigir um templo ao imperador Tibério em 26 d. C. Em 155. d. C., Policarpo, o bispo de Esmirna, foi sacrificado, em um complô entre os judeus e os romanos, que lhe pediram a vida. Antes do seu martírio, confessou sua fé em Cristo com a célebre frase: “Tenho servido ao Senhor Jesus por 86 anos. Ele tem sido fiel a mim. Como posso ser infiel a Ele, e blasfemar contra o nome de meu Salvador?”. Não existem informações a respeito de como a igreja foi fundada naquela cidade, supõe-se que essa tenha sido plantada como resultado dos trabalhos missionários de Paulo na região (At. 19.10). A palavra-chave extraída da carta de Cristo à igreja de Esmirna é sofrimento, tendo em vista que essa, diferentemente de Éfeso, demonstrou seu amor por Cristo, mesmo em meio à tribulação. Como Pedro e João, eles se regozijavam em “de terem sido julgados dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus” (At. 5.41), ciente da bem-aventurança de padecer por amor a Cristo (Mt. 5.11).
 
2. UMA IGREJA PERSEGUIDA E MARTIR
Para a Igreja de Esmirna, que estava sofrendo perseguição, Jesus se apresenta como o que foi morto, e reviveu (Ap. 2.8). A essa igreja não é direcionada qualquer repreensão, antes palavras de encorajamento. Ele conheçe as suas obras, tribulação e pobreza, principalmente a riqueza espiritual. Jesus se identifica com a igreja que sofre, pois ele mesmo sabe, por experiência – inferimos pelo verbo oida – conheço em grego. Ele sabe da tribulação que a igreja passa, não apenas intelectivamente, mas experiencialmente. A relação política de Esmirna com Roma ensejou dura perseguição contra os cristãos daquela cidade. Aquela era uma igreja atribulada pelo poderio de césar. Essa perseguição política resultava em pobreza, o que geralmente costuma acontecer (Ap. 2.9). A política é algo sério porque implica diretamente na vida das pessoas, posicionamentos governamentais podem favorecer o aumento da pobreza. Em oposição à famigerada teologia da prosperidade, ou melhor, da ganância, Cristo afirma que, mesmo sendo pobres, os crentes de Esmirna eram ricos. A pobreza não é uma maldição, Jesus declara que os pobres são bem-aventurados (Lc. 6.20) e Tiago assegura que Deus escolheu os pobres deste mundo para serem os ricos na fé (Tg. 2.5). Havia uma nítida perseguição religiosa, por parte daqueles que “se dizem judeus e não o são, mas são a sinagoga de Satanás” (Ap. 2.9). Desde o princípio os cristãos sofreram perseguição por parte dos religiosos judeus, Estevão, o primeiro mártir da igreja, fora apedrejado em Jerusalém (At. 7). Os judeus perseguiram Paulo em Antioquia da Psídia (At. 13.50), em Icônio (At. 14.2,5), em Listra (At. 14.19) e em Corinto (At. 18.6).
 
3. UM CHAMADO À FIDELIDADE
Jesus não prometeu o fim da perseguição, antes encorajou a igreja para que se mantivesse fiel: “nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, e terei uma tribulação de dez dias” (Ap. 2.10). Não sabemos se esses dez dias foram literais, mas devam ter sido difíceis, tendo em vista a força do poderio romano que estava a serviço do diabo. A luta da igreja não é contra a carne e o sangue, isto é, contra pessoas, mas contra os principados, potestades, príncipes das trevas e hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef. 6.11,12). Existem muitos crentes, nos dias atuais, que estão com medo da perseguição. Mas não devemos temê-la, pior que a perseguição é o esfriamento no qual muitas igrejas se encontram. A perseguição não desvia o cristão, antes purifica a igreja, levando-a a confessar, com ousadia, sua fé em Cristo. Alguns dos crentes de Esmirna estavam assustados, e até amedrontados, pois eram pessoas comuns, por isso as palavras de Jesus “nada temas” e “sê fiel até a morte”. A promessa do Senhor é que aqueles que fossem fiéis, mesmo que tivessem que passar pela morte, receberiam a “coroa da vida”. A primeira morte não deveria ser motivo de pavor para os crentes, já que, como diz a letra de um antigo hino, “não se pode matar um crente”. Não devemos temer aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma, antes temamos Aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma quanto o corpo (Mt. 10.28). Ser evangélico nominal é fácil, difícil mesmo é ser discípulo de Cristo, o que acarretará em perseguição (II Tm. 3.12). Quem quiser ir após o Senhor deve negar a si mesmo, tomar a cruz do discipulado, até a morte, como aconteceu com Dietrich Bonhoeffer, enforcado no campo de concentração na Alemanha, em 1945, por confessar sua fidelidade a Cristo.
 
CONCLUSÃO
Cristo é o Senhor da Vida, por isso, a morte foi vencido através da Sua ressurreição. Se nos mantivermos fiéis, na vida ou na morte, não sofreremos a segunda morte. Aqueles que não fraquejarem receberão dEle as seguintes palavras: “Vinde, benditos de meu Pai. Possui por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt. 25.34). Sejamos, pois, fiéis, em todas as circunstâncias, e, que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.
 
BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. Ouça o que o Espírito diz às igrejas. São Paulo: Hagnos, 2010.
STOTT, J. O que Cristo pensa da igreja. Campinas: United Press, 1999.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A Carta à Igreja em Éfeso


A mensagem do Apocalipse foi enviada principalmente “às sete igrejas que se encontram na Ásia” (1:4). Este fato é frisado várias vezes no primeiro e no último capítulos (1:4,11,20; 22:16). Os capítulos 2 e 3 são direcionados especificamente às igrejas, com uma mensagem especial para cada uma delas.
Estas sete cartas seguem a forma de decretos imperiais, começando a sua mensagem com a palavra “diz” (grego, legei). Estas cartas foram escritas num formato padrão (Saudação, Posição de Jesus, Avaliação da congregação, apelo a ação, Promessa de recompensa aos vencedores), mas o conteúdo de cada é específico e fala a respeito das necessidades da própria congregação citada.

A necessidade de sete cartas bem diferentes reforça a importância de respeitar a autonomia de cada congregação. Estas sete igrejas se encontravam numa área relativamente pequena. Uma pessoa entregando todas as cartas faria um circuito de pouco mais de 500 quilômetros. Nesta área pequena, sete igrejas bem diferentes apresentaram características distintas. Jesus não enviou uma carta “ao bispo da Ásia” (não existia qualquer ofício de líderes regionais entre as igrejas primitivas) para resolver, de uma vez, todas as questões nas várias igrejas. As igrejas não eram subordinadas à autoridade de alguma hierarquia, e não havia laços estruturais entre congregações. Cada congregação era independente, com seus próprios desafios e sua própria personalidade. Cada uma recebeu um comunicado diretamente de Jesus, e lhe responderia diretamente pela sua obediência ou rebeldia. Ele não operou por meio de alguma hierarquia de autoridades eclesiásticas. As pessoas que querem seguir, hoje em dia, as instruções do Novo Testamento devem lembrar este fato. Não há base bíblica para criar ou manter organizações religiosas ligando congregações. As hierarquias nas denominações e as conferências e congressos estaduais, regionais, nacionais e internacionais são invenções de homens sem nenhuma autorização bíblica.

Ao Anjo da Igreja em Éfeso, escreve... (Ap. 2:1-7)
Vamos considerar o conteúdo desta carta. Confira na sua Bíblia cada citação.
A igreja em Éfeso (1): Éfeso era a cidade mais importante da província romana de Ásia. Foi situada perto do mar Egeu. Duas estradas importantes cruzaram em Éfeso, uma seguindo a costa e a outra continuando para o interior, passando por Laodicéia. Assim, Éfeso teve uma localização importantíssima de contato entre os dois lados do império romano (a Europa e a Ásia). Historiadores geralmente calculam a população da cidade no primeiro século entre 250.000 e 500.000. Éfeso era conhecida, também, como o foco de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana.
Sabemos algumas coisas sobre a história da igreja em Éfeso de outros livros do Novo Testamento. No final de sua segunda viagem, Paulo deixou Áqüila e Priscila em Éfeso, onde corrigiram o entendimento incompleto de Apolo sobre o caminho do Senhor (Atos 18:18-26). Na terceira viagem, Paulo voltou para Éfeso, onde pregou a palavra de Deus por três anos (Atos 19:1-41; 20:31). Na volta da mesma viagem, passou em Mileto e encontrou-se com os presbíteros de Éfeso (Atos 20:17-38). Durante os anos na prisão, Paulo escreveu a epístola aos efésios. Também deixou Timóteo em Éfeso para edificar os irmãos (1 Timóteo 1:3).
Destas diversas referências aos efésios, podemos observar algumas coisas importantes sobre essa igreja. Desde o início, houve a necessidade de examinar doutrinas e aceitar somente o que Deus havia revelado. Assim, Áqüila e Priscila ajudaram Apolo (Atos 18:26); Paulo advertiu os presbíteros do perigo de falsos mestres entre eles (Atos 20:29-31), e orientou Timóteo a admoestar os irmãos a não ensinarem outra doutrina (1 Timóteo 1:3-7). A carta de Paulo aos efésios destacou a importância do amor (5:2), um tema frisado, também, nesta carta no Apocalipse.
Aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro (1): Esta descrição de Jesus vem de 1:12-13,16,20 e mostra o conhecimento e a soberania de Jesus em relação às igrejas. Tanto os efésios como os discípulos nas outras igrejas precisavam lembrar da presença de Jesus. Ele anda no meio das igrejas, observando o procedimento delas, e pronto para agir quando for necessário. Segurando as sete estrelas, ele demonstra seu poder e domínio.
Conheço as tuas obras (2-3): Jesus elogia várias qualidades da igreja em Éfeso:
Labor e perseverança – Deus quer servos dedicados que não desistem (Tiago 1:4). Jesus falou da importância da perseverança diante de perseguição (Mateus 10:22; veja Romanos 5:3; Tiago 1:12), observando que perseguições causam o amor de muitos a esfriar (Mateus 24:10-13). Devemos perseverar na oração (Atos 1:14; Colossenses 4:2; 1 Timóteo 5:5), na doutrina verdadeira (Atos 2:42; 1 Coríntios 15:1), nas boas obras (Romanos 2:7) e na graça de Deus (Atos 13:43). Na sua perseverança, os efésios suportaram provas e não se desanimaram.
Não suportar homens maus – Depois de tantas advertências sobre o perigo de falsos mestres, a defesa da verdade se tornou um ponto forte da igreja de Éfeso. Homens que se alegavam ser apóstolos foram postos à prova e achados mentirosos (veja 1 João 4:1). Precisamos do mesmo zelo da verdade hoje. O mundo religioso está cheio de pessoas que se dizem profetas e apóstolos. Devem ser avaliadas conforme a palavra de Deus. Pessoas que alegam trazer novas revelações são mentirosas (Gálatas 1:8-9; 1 Coríntios 13:8; Judas 3). Os apóstolos eram testemunhas oculares de Jesus ressuscitado (veja Atos 1:22; 1 Coríntios 15:8-9). Aqueles que se chamam apóstolos, hoje em dia, são falsos mestres. Não devemos suportá-los.
Tenho ... contra ti (4): O problema dos efésios não foi uma questão de doutrina correta, mas de amor. Abandonaram o seu primeiro amor. Esqueceram dos grandes mandamentos que formam a base para todos os ensinamentos de Deus (Mateus 22:37-40). Paulo instruiu os efésios sobre a importância do amor como alicerce da vida do cristão (Efésios 3:17; 4:2,16: 5:2; 6:23). Não devemos distorcer esta advertência para criar um conflito entre o amor e a verdade. Podemos defender a verdade, como os efésios fizeram e, ao mesmo tempo, praticar o amor. Foi exatamente isso que Paulo pediu aos efésios: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:15).
Lembra-te, arrepende-te e volta (5): Jesus pede três respostas dos efésios:
1. Lembra-te, pois, de onde caíste: Não foram as alfarrobas dos porcos que levou o filho pródigo ao arrependimento; foi a lembrança da casa do pai. Para os efésios se arrependerem, teriam que lembrar da comunhão com Deus que deixaram para trás. Para permanecer fiéis, a presença de Deus precisa ser a coisa mais preciosa na nossa vida. Uma vez que caímos, é necessário desenvolver novamente o amor para com ele.
2. Arrepende-te: O arrependimento é a mudança de atitude. Quando decidimos deixar o pecado e fazer a vontade de Deus, nós nos arrependemos. O pecador precisa se arrepender antes de ser batizado para perdão dos pecados (Atos 2:38). O cristão que tropeça precisa se arrepender e pedir perdão pelos seus pecados (Atos 8:22). Aqui, uma igreja cujo amor esfriou-se precisa se arrepender.
3. Volta à prática das primeiras obras: A mudança de atitude (o arrependimento) produzirá frutos (Mateus 3:8). Pelas obras, a pessoa arrependida mostrará a sinceridade da sua decisão. A igreja em Éfeso precisava voltar à prática do amor.
Se a igreja não se arrepender, Jesus removeria o seu candeeiro. Eles não permaneceriam na abençoada comunhão com o Senhor.
Odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio (6): Mais um ponto a favor, reforçando o elogio dos versículos 2 e 3. Os nicolaítas são mencionados somente aqui e na carta à igreja em Pérgamo (15). Não sabemos a natureza precisa do seu erro, mas sabemos que era abominável a Deus. Neste ponto, os efésios odiavam o que Deus odiava. Nós devemos fazer a mesma coisa, sendo amigos do bem (Tito 1:8) e detestando o mal (Salmo 97:10).
Quem tem ouvidos, ouça (7): Freqüentemente, Jesus chama os ouvintes a ouvirem a sua mensagem (Mateus 11:5; 13:9,43; etc.). O problema de um coração teimoso se reflete nos ouvidos tapados que recusam ouvir a verdade (Mateus 13:15). Os efésios provaram aqueles que falavam, agora eles seriam provados pela maneira de ouvirem.
O Espírito diz às igrejas (7): Jesus transmitiu a sua mensagem por meio dos anjos das igrejas (2:1,8,12,18; 3:1,7,14), mas o Espírito, também, participa da revelação (veja 1:4) e da recompensa dos fiéis.
Ao vencedor ... árvore da vida ... paraíso de Deus (7): A recompensa aguarda os vencedores que perseveram no amor e na verdade. Aqueles que desistem, abandonando para sempre o seu amor, não receberão o galardão. Jesus descreve a comunhão com Deus em termos que nos lembram do jardim do Éden. Por causa do pecado, o homem foi expulso do jardim em que Deus andava (Gênesis 3:22-24,8). Aqueles que andam com Deus têm a esperança da vida no paraíso do Senhor.

Conclusão
U ma igreja rodeada por religiões falsas e sujeita à influência de homens maus precisa examinar todos os ensinamentos e rejeitar todas as falsas doutrinas. Mas ela precisa, também, demonstrar o amor verdadeiro para vencer o mal. Devemos amar a verdade, não somente pelo desejo de ser “corretos”, mas porque ela vem do Deus que merece nosso amor. Devemos amar aos outros, porque foram feitos à imagem e semelhança de Deus. “Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros” (1 João 4:11).

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O ocultismo por detrás da Pascoa pagã

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"Meu povo se perde por falta de conhecimento" (Os.4.6)
A Páscoa pagã é uma data móvel que usa a prática comum da astrologia; é celebrada no primeiro domingo após a primeira lua nova, após Ostara, uma deusa do paganismo ( Easter, Ishtar ou “Eostre).
Normalmente as datas escolhidas para esta celebração não tem absolutamente nada que ver com a Páscoa judaica (Pesach) e nem com a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo! Em vez disso, esse dia na tradição pagã celebra o retorno de Semíramis em sua forma reencarnada da deusa da primavera. Os pagãos até mesmo têm um equivalente para a sexta-feira santa! É a “Sexta da Páscoa”, e tem historicamente sido alocada na terceira lua cheia a partir do início do ano. Desde a associação da Páscoa pagã com a ressurreição de Jesus, a sexta-feira santa é fixada permanentemente na sexta-feira anterior à Páscoa.
A Páscoa pagã (Easter) está oculta nos mistérios babilônios, o mais maligno sistema idólatra já inventado por Satanás! Em todas as Escrituras proféticas, vemos o Eterno declarar seu julgamento final sobre a ímpia Babilônia! Todavia, a cada ano, muitos cristãos celebram a Páscoa como se fosse uma festividade cristã. Muitos pregadores estão começando a se referir a esse dia que celebra a ressurreição de Yeshua como “Domingo da Ressurreição ou Dia do Senhor”, de modo a fazer distinção dessa celebração pagã.

A deusa babilônia Ishtar é aquela a quem a Páscoa [Easter] se refere (Pagan Traditions of Holidays, pg 9 – Tradições pagãs dos Feriados); na realidade, ela era Semíramis, mulher de Ninrode, aquele que liderou a construção da Torre de Babel, e a verdadeira fundadora dos mistérios satânicos babilônios. Depois da morte de Ninrode, Semíramis criou a lenda de que ele era na realidade seu filho divino, que nasceu quando ela ainda era virgem. Semíramis é considerada co-fundadora com Ninrode de todas as religiões ocultistas.
A Páscoa pagã [Easter, em inglês] — o Dia de Ishtar — é celebrada amplamente em várias culturas e religiões do mundo.

1.   Babilônia — Ishtar (Easter), também chamada Deusa da Lua;
2.   Católicos — Virgem Maria (Rainha dos Céus);
3.   Chineses — Shingmoo;
4.   Druidas — Virgo Paritura;
5.   Egito — Ísis;
6.   Efésios pagãos — Diana;
7.   Etruscos — Nutria;

8.   Alemães (antigos) — Herta;
9.   Gregos — Afrodite / Ceres;
10.  Índia — Isi / Indrani
11.  Judeus apóstatas antigos — Astarte (Rainha dos Céus)

12.  Krishna — Devaki
13.  Roma — Vênus / Fortuna
14.  Escandinavos — Disa
15.  Sumérios — Nana
(“America’s Occult Holidays”, Doc Marquis and Sam Pollard. pg 13)

Os babilônios celebravam o dia como o retorno de Ishtar (Easter), a deusa da Primavera. Esse dia celebrava o renascimento, ou reencarnação, da Natureza e da deusa da Natureza. De acordo com a lenda babilônia, um grande ovo caiu dos céus no rio Eufrates e a deusa Ishtar (Easter) eclodiu de dentro dele. Mais tarde, surgiu uma versão que incluía um ninho, em que o ovo pôde ser incubado até eclodir. Um cesto de palha ou vime era produzido para colocar o ovo da Páscoa [o ovo de Ishtar].
A Procura do Ovo de Páscoa Escondido foi criada porque, se alguém encontrasse o ovo enquanto a deusa estava “renascendo”, ela concederia uma benção especial ao que o encontrou. Como essa era uma festividade alegre da primavera, os ovos eram pintados com as brilhantes cores da primavera, aí então a tradição dos coloridos ovos de páscoa.

A lenda do Coelho da Páscoa
A lenda ensina que “O totem da deusa, a lua-lebre, punha ovos para as crianças comportadas comerem… a lebre da Páscoa era a forma como os celtas imaginavam a superfície da lua cheia…” (Pagan Traditions of Holidays, pg 10). Todo mundo sabe que lebre não põe, porem lendas ocultistas brincam com fatos reais.

Assim, “Easter” (Eostre ou Ishtar) era uma deusa da fertilidade. Visto que o coelho é uma criatura que procria rapidamente, ele simbolizava o ato sexual; (qual é o símbolo da revista pornográfica playboy?) o ovo simbolizava “nascimento” e “renovação”. Juntos, o coelho e o ovo de Páscoa simbolizam o ato sexual e o que nasceu deles, Semíramis e Tamuz.

É algo extremamente sério quando muitas igrejas, inclusive evangélicas, incorporam os “Ovos da Ressurreição” como parte da celebração da Páscoa. Ao emitir tal ensinamento, essas igrejas estão, na melhor das hipóteses, confundindo as mentes de suas preciosas crianças, obscurecendo a linha divisória entre a representatividade dos símbolos pagãos e o significado cristão do Dia da Ressurreição. As crianças que participam dos “Ovos da Ressurreição” na igreja serão condicionadas mais tarde em suas vidas a aceitarem a tradição pagã que envolve os mesmos símbolos.
No pior caso, a igreja que participa na tradição da Páscoa pagã promovendo os “Ovos da Ressurreição” e talvez uma Procura ao Ovo de Páscoa Escondido, é culpada de combinar o cristianismo com o paganismo, um coquetel letal que o Eterno rejeitará! Lembre-se do registrou o apóstolo Paulo:

“Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei, e eu serei para vós Pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.” (Efésios 6:17-18)
Outros Ingredientes Pagãos
Oferendas de Páscoa
São derivadas da tradição em que os sacerdotes e sacerdotisas traziam oferendas para os templos pagãos para a deusa da primavera, Ishtar. Eles traziam flores frescas da primavera e doces para colocar no altar do ídolo da deusa que adoravam. Eles também assavam um bolo de passas, decorando-o com cruzes para simbolizar a cruz de Wotan, ou algum outro deus pagão; essas cruzes não eram originalmente a cruz de Jesus Cristo. Esse é outro caso em que Satanás falsificou uma tradição pagã que poderia mais tarde ser passada como “cristã” em uma igreja seriamente comprometida com a sincretização (Mistura).
De fato, o primeiro caso de Bolo de Frutas Secas pode ser rastreado até cerca de 1500 AC, até Cecrops, o fundador de Atenas (Marquis, pg 18).

Nas celebrações do Velho Testamento no Israel apóstata, vemos mulheres irritando a Deus porque assavam esses bolos para oferecê-los em adoração à Rainha dos Céus (Jeremias 44.17-18 e Oséias 3.1). A nota de rodapé para esse título “Rainha dos Céus” no Amplified Bible Commentary (Comentário bíblico ampliado) diz: “Uma deusa da fertilidade, provavelmente o título babilônio para Ishtar. Ela é identificada com o planeta Vênus. As oferendas para essa deusa incluíam bolos feitos na forma de uma estrela”. Mais tarde os pagãos usaram não só a forma da estrela Pentalfa como também o bolo de frutas secas.

Outra oferenda popular a Ishtar eram as roupas novas, feitas ou compradas! Os sacerdotes usavam seus melhores trajes, enquanto virgens usavam vestidos brancos novos. Elas também usavam algo para cobrir as cabeças, como chapéus de palha ou toucas de tecido e muitas se adornavam com grinaldas de flores da primavera. Elas carregavam cestos de vime cheios de doces e alimentos para oferecerem aos deuses pagãos.

Serviços de Páscoa ao nascer do sol

Eram iniciados pelos sacerdotes que serviam à deusa babilônica Ishtar para simbolicamente apressar a reencarnação de Ishtar/Easter. Exatamente como Satanás falsificou o nascimento divino de um menino de uma mãe virgem mais de mil anos antes de Jesus realmente nascer, assim também falsificou o serviço de adoração bem cedo de manhã, ao nascer do sol.

Quaresma
A Quaresma é uma celebração da morte de Tamuz; a lenda diz que ele foi morto por um javali selvagem aos quarenta anos. Portanto, a Quaresma celebra um dia para cada ano de vida de Tamuz (America’s Occult Holidays – feriados ocultistas da América de Doc Marquis e Sam Pollard). Os participantes deviam expressar seu pesar pela morte precoce de Tamuz pranteando, jejuando e se autoflagelando.

A Quaresma era celebrada por exatamente quarenta dias antes da páscoa, celebração à deusa Ishtar/Eostre (a Páscoa pagã) e outras deusas pelas seguintes culturas: babilônios, católicos romanos, curdos, mexicanos, Israel antigo e, hoje, também pelas igrejas protestantes liberais e apóstatas.

Podemos ver a ira de Deus sobre essa celebração da Quaresma em Ezequiel 8:14-18 -  E levou-me à entrada da porta da casa do SENHOR, que está do lado norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando por Tamuz.  E disse-me: Vês isto, filho do homem? Ainda tornarás a ver abominações maiores do que estas. E levou-me para o átrio interior da casa do SENHOR, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR, e com os rostos para o oriente; e eles, virados para o oriente adoravam o sol. Então me disse: Vês isto, filho do homem? Há porventura coisa mais leviana para a casa de Judá, do que tais abominações, que fazem aqui? Havendo enchido a terra de violência, tornam a irritar-me; e ei-los a chegar o ramo ao seu nariz. Por isso também eu os tratarei com furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade; ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, contudo não os ouvirei.

O julgamento de Deus sobre essa comemoração é descrito em Ezequiel 9, sugiro que você leia atentamente, porque Deus declara que punirá de modo similar qualquer nação que não ouvir e obedecer seus mandamentos (Jeremias 12:17).


Que o Eterno os abençoe.

Pr. Gadiel Brizola




domingo, 1 de abril de 2012

CARTA AS 7 IGREJAS DA ÁSIA

O assunto que será aborado nesse próximo trimestre mexe com com nossa curiosidade em saber sobre a mensagem de Cristo para os ultimos dias. Acreditamos que as visões reveladas ao apóstolo João, filho de Zebedeu, lá na ilha de Patmos irão edificar nossa vida dentro da espectativa sobre os sinais que antecem o arrebamento, ou a primeira faze da segunda vinda.
Na primeira lição desse trimestre, hoje pela manhã, fomos surpreendidos pelos mistérios que tangem o amplo assunto confirmando nossa certeza de que cada lição estudada nesse trimestre contribuirão para nosso amadurecimento e crescimento no conhecimento do evangelho.
Lovamos a Deus pela vida do Ev. Rubem Mello, que de uma forma profunda e abençoada, ministrou com excelência contribuindo para nossa edificação com o Eterno.
Que Javé os abençoe!

Pr. Gadiel Brizola